RETA FINAL: Debate com pouco confronto direto entre Beto e Osmar


Candidatos estavam afiados nas provocações.



Os ataques entre os dois principais candidatos, Beto Richa (PSDB) e Osmar Dias (PDT) dominaram o debate ao governo do Paraná promovido pela RPCTV, afiliada da Rede Globo, na noite de ontem(28). Paulo Salamuni (PV) e Luiz Felipe Bergmann (PSOL) tentaram passar seu recado, mas viram o foco nos dois líderes das pesquisas, que usaram perguntas e respostas a outros concorrentes para alfinetar o principal adversário.

Desde o início, já se percebeu a estratégia dos dois principais candidatos. Beto tentou explorar sua boa avaliação como prefeito de Curitiba, citando o “choque de gestão” que diz ter implantado na capital, mesmo ao responder pergunta sobre Copa do Mundo, enquanto Osmar insistiu em lembrar que é o candidato do presidente Lula, citando o presidente logo na sua saudação inicial. Mas, logo, o debate partiu para a troca de críticas e acusações.

Mesmo em um primeiro bloco engessado, com os temas pré-definidos pela organização do debate, Beto e Osmar já trocaram as primeiras farpas. O tucano teve sorteado “emprego” como tema de sua pergunta e, após fazer uma pergunta simpática, questionando as propostas do senador para a geração de emprego, Beto voltou com uma réplica em que disse que o mandato de Osmar no Senado foi uma “usina de ações contra o trabalhador”, voltando a citar o projeto apresentado pelo pedetista de fim da multa de 40% do FGTS para demissões sem justa causa e outras propostas que mexiam na legislação trabalhista e, segundo o tucano, prejudicavam os trabalhadores, principalmente nas questões judiciais.

Osmar, na tréplica, reafirmou que retirou o projeto do FGTS após pedido das centrais sindicais, que hoje o apóiam. “Meu Deus, quanta lorota”, exclamou o senador.
Alfinetadas até nas considerações finais


Ao responder sobre financiamento de campanha para Bergmann, Osmar disse que nas suas campanhas nunca teve caixa 2. “Conheço campanhas por aí em que o Caixa 2 saiu no Fantástico”, comentou, em alusão ao episódio do Comitê Lealdade que envolveu a campanha de Beto Richa em 2008.

Beto também usou uma resposta a Bergmann para voltar a atacar o pedetista. “Eu não mudo de lado, não pulo de galho em galho por conveniências pessoais. Não vou à casa de um candidato a presidente na véspera da convenção e depois mudo de posição por enormes razões que deve ter tido”, disse.

Nas considerações finais, mais alfinetadas, Osmar criticou ofensas à família do candidato adversário, em referência às recentes críticas de Beto a Alvaro Dias, enquanto Beto declarou não ter compromisso “com grupos políticos que representam o passado”.

Bergmann, mais uma vez, tentou mostrar ironia e repetiu que Beto e Osmar representam o mesmo projeto político. Discutindo a questão das regiões metropolitanas com Osmar Dias, o candidato do PSOL disse que não ia entrar na “briga dos dois ricos que, por não terem projeto ficam brigando e fingindo que são diferentes”.

Ao falar sobre a Reforma Agrária, Bergmann disse que é sua prioridade e que para isso, “tiraria terras até mesmo do caubói rico que tem cargo importante”. Para Beto, ele fechou o debate perguntando o que é competência e, depois de o tucano repetir seu sucesso como prefeito de Curitiba e a aprovação de seu governo, tascou que “Curitiba está com o transporte saturado, com a periferia abandonada, sem creche, sem aterro sanitário, sem moradia. Acho que competência não é isso. Como um político desses vai administrar o estado?”

Salamuni destacou a campanha verde de Marina Silva e tentou discutir questões ambientais, com a questão do lixo e a situação dos rios do Estado. O candidato também falou de problemas estruturais do Estado, como a questão dos portos, das ferrovias e a construção da terceira pista do aeroporto internacional de Curitiba, pregando um “choque estrutural”.
 
Toma lá, dá cá no segundo bloco
 
No segundo bloco, foi a vez de Osmar perguntar para Beto, e o pedetista questionou se o tucano, caso ficasse na prefeitura de Curitiba e “não renunciasse ao mandato”, conseguiria cumprir tudo o que prometeu, como o metrô e as vagas em creche.

Beto repetiu que é candidato por clamor popular e com a aprovação de 80% dos curitibanos e lembrou que Osmar disputou as eleições de 2006 e, se ganhasse, teria que abrir mão de quatro anos de mandato no Senado.

“E não fui eu que traí meu eleitor, me unindo aos meus adversários”, emendou, dizendo ainda que Osmar, como senador, não trouxe nenhuma conquista para Curitiba.

Osmar replicou dizendo que trouxe recursos para o Pró-jovem, mas Beto perdeu a licitação. Beto, na tréplica, disse que perdeu por “cochilo” do então secretário do trabalho, Jorge Bernardi, do PDT e indicado por Osmar.

Em outra oportunidade, Osmar questionou se a pesquisa que diz que 80% dos curitibanos apoiam a candidatura de Beto também não foi impugnada, em referência às quatro pesquisas com a divulgação proibida pela Justiça Eleitoral por ação da campanha tucana.

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