Paranaenses vão usar o 13º salário para quitar dívidas
No mês de novembro, o percentual de famílias endividadas está em 87%, o mais alto do país
O
tão esperado 13º salário será um alívio para os endividados, ainda mais
considerando que o Paraná lidera o ranking brasileiro de famílias
endividadas
há três anos. De acordo com o levantamento da Federação do Comércio de
Bens, Serviços e Turismo do Paraná (Fecomércio PR), 27% dos paranaenses
vão usar o 13º para quitar dívidas.
Outra
alternativa para o uso da bonificação de fim de ano, citada por 18% dos
entrevistados, será fazer uma reserva financeira para 2016. Os
que pretendem usar o dinheiro extra com viagens são 16%; enquanto 15%
pretendem comprar presentes de Natal; 10% ainda não sabem qual será o
destino do salário adicional e 8% afirmam que direcionarão o 13º para o
pagamento de impostos e taxas.
No entanto, 20% dos entrevistados não poderão contar com a bonificação porque declararam estar desempregados.
A
Fecomércio PR ouviu 370 consumidores entre os dias 28/10 a 06/11/2015. A
soma dos percentuais ultrapassa 100%, visto que os entrevistados
poderiam
indicar três alternativas, em ordem de preferência.
Para o presidente do
Sistema Fecomércio Sesc Senac PR, Darci Piana, o 13º salário vai
amenizar a situação dos endividados no Estado, que vem se agravando nos
últimos meses. Conforme mostra a
pesquisa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e
Turismo, o percentual de famílias com algum tipo de dívida, entre cheque
pré-datado, cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja,
empréstimo pessoal, prestação de carro e seguro, alcançou
87% em novembro de 2015, o que representa alta tanto em relação a
outubro (85,7%) e a novembro de 2014 (84,4%).
A média nacional de
endividamento ficou em 61% neste mês e apresentou a segunda redução
mensal consecutiva. Em novembro, o Paraná voltou a figurar como o
Estado com o maior percentual de endividados,
após três meses na segunda posição do ranking (agosto, setembro e
outubro).
“O que mais preocupa,
porém, é o percentual de inadimplentes, bem como a parcela da população
que não possui condições de quitar suas dívidas, ao menos enquanto o
Paraná mantiver o nível de emprego”,
avalia Piana.
A pesquisa revela que
28,4% dos endividados estão com contas em atraso. Em outubro, os
inadimplentes eram 27,3% e em novembro do ano passado chegavam a 22,6%.
O percentual de
famílias que declararam não ter condições de pagar suas contas em atraso
também aumentou, passando de 10,9% em outubro para 12,2% em novembro.
Nível de endividamento
Dentre as famílias
endividadas no mês de novembro, é questionado como elas se visualizam em
relação às dívidas, sendo que 26,8% têm a percepção de estar muito
endividadas.
O
cartão de crédito foi apontado como um dos principais tipos de dívida,
por 68,1% das famílias, seguido pelo financiamento de veículos (11,4%)
e o financiamento imobiliário (8,8%).
Tempo de atraso nas dívidas e renda comprometida
Entre
os que estão com contas em atraso, 49,3% das famílias já estão com as
parcelas atrasadas há mais de 90 dias e são consideradas inadimplentes,
podendo, inclusive, ter seu nome incluso nos sistemas de proteção ao
crédito.
O
tempo médio de comprometimento com dívidas é de sete meses. Já o
percentual médio da renda comprometida com dívidas é de 32,1 %, sendo
que
20,8% dos consumidores têm mais da metade de seus rendimentos já
vinculados a dívidas.
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