ARTIGO
Lula, seus arroubos e a militância
As promessas de comparecimento em massa das centrais sindicais e movimentos favoráveis ao ex-presidente Lula para se manifestar no entorno da sede da Justiça Federal de Curitiba, durante o seu interrogatório nesta quarta-feira, levaram o juiz Sérgio Moro a utilizar as redes sociais para pedir aos apoiadores da Operação Lava Jato que não compareçam. O magistrado diz ser desnecessária essa mobilização, visto que será apenas um ato judicial de rotina, o interrogatório de um réu conforme o processo em tramitação. Falou, inclusive, de sua preocupação com a possibilidade de confrontos e vítimas caso os opostos venham a se encontrar.
As promessas de comparecimento em massa das centrais sindicais e movimentos favoráveis ao ex-presidente Lula para se manifestar no entorno da sede da Justiça Federal de Curitiba, durante o seu interrogatório nesta quarta-feira, levaram o juiz Sérgio Moro a utilizar as redes sociais para pedir aos apoiadores da Operação Lava Jato que não compareçam. O magistrado diz ser desnecessária essa mobilização, visto que será apenas um ato judicial de rotina, o interrogatório de um réu conforme o processo em tramitação. Falou, inclusive, de sua preocupação com a possibilidade de confrontos e vítimas caso os opostos venham a se encontrar.
Pelo que adiantou Moro, nada de
especial vai acontecer no decorrer da audiência. Desfaz os boatos sobre a
possível prisão do ex-presidente ou qualquer outra medida drástica que
possa justificar mobilização pró ou contra o réu. Espera-se que isso
coloque um pouco de água à fervura e impeça a radicalização.
O próprio Luiz Inácio tem extrapolado
ao se dizer candidato e ao ameaçar que, uma vez eleito, mandará
“prender” aqueles que os criticam. Sua fala, certamente, é a de alguém
acossado por centenas de denúncias que poderão, ao longo dos processos,
levá-lo ao cárcere. Mas, por outro lado, explicita o seu verdadeiro
conceito de democracia, mais para caudilho ou até ditador. Isso, quando
vem acompanhado de mobilizações populares, pode significar algo
incondizente com tudo o que se tem pregado nesse país desde a
redemocratização.
É importante observar que nos últimos
anos se tem formado grupos que atuam como milícias, bloqueiam ruas e
estradas, ocupam espaços públicos e privados e tomam atitudes radicais
em nome de suas teses. Esses entes já foram chamados “exércitos” e seus
dirigentes chegaram a ameaçar colocá-los na rua “de arma na mão”. O
governo, pelas suas forças institucionais, tem o dever de mantê-los sob
controle para evitar qualquer surpresa e principalmente a perda de vidas
em confrontos.
Neste momento é fundamental a
manutenção da ordem pública. Nada deve atrapalhar o trabalho da justiça
no cumprimento de sua missão de desvendar com serenidade e independência
os supostos crimes e punir os culpados, independente de quem sejam.
Também não se pode impedir o exercício do direito de defesa, até para
que as decisões não sejam meros castigos e, em lugar disso, representem o
verdadeiro conceito de justiça, atribuindo a cada um dos implicados
única e exclusivamente aquilo que a lei prevê para o seu procedimento
apurado.
Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves - dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo)
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