Alvaro Dias diz que Senado pecou ao não abrir processo de 'impeachment' contra o presidente Lula em 2005
"Poderia dizer, sem ironizar, que o Senado pecou, sim, gravemente, em agosto de 2005, quando deixou de avaliar a hipótese de instaurar um processo de impeachment do presidente da República, diante do escândalo monumental do mensalão, que sacudiu e indignou o povo brasileiro". Foi assim que, da tribuna do Plenário, o senador Alvaro Dias (PSDB-PR) rebateu a acusação feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva de que durante o seu mandato foi ofendido pelo Senado.
Durante comício realizado na Boca Maldita, em Curitiba (PR), no sábado passado (31), do alto do palanque o presidente Lula teria dito: "peço a Deus que essa companheira não tenha o Senado que eu tive, um Senado que ofenda o governo, como eu fui ofendido". Alvaro Dias assinalou que defender convicções, exercitar o mandato parlamentar com liberdade e exigir interdependência entre os poderes não é ofensa ao presidente da República.
- O Senado ofende a Nação quando não ataca os problemas cruciais, quando não aponta as falcatruas que ocorrem e os desvios monumentais e históricos que vivencia o poder público no país. O presidente usa um linguajar oportunista quando agride esta instituição. Ao invés de resguardar o conceito e a credibilidade do Senado, o presidente faz é abortar comissões parlamentares de inquérito para impedir investigação - afirmou Alvaro Dias.
Outro assunto abordado pelo senador foi a negativa do presidente Lula, na quarta-feira da semana passada (28), em interceder a favor da viúva de 43 anos, Sakineh Mohammadi Ashtiani, condenada à morte por apedrejamento no Irã. Alvaro Dias registrou que o fato mobilizou internautas e campanhas foram organizadas na tentativa de salvá-la. No Brasil foi lançada a campanha "Liga Lula".
Alvaro Dias destacou que a recusa inicial de interceder em favor da iraniana transformou-se no sábado, no palanque armado na Boca Maldita. Na ocasião, Lula teria feito o seguinte apelo ao presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad: "Se esta mulher está causando incômodo, nós a receberíamos no Brasil". Sobre o assunto, o senador leu dois artigos de articulistas da revista Veja.
No primeiro deles, o jornalista Augusto Nunes destaca que Sakineh já foi punida com 99 chibatadas e apenas aguarda a execução por apedrejamento. O código penal iraniano, segundo Nunes, "determina que as mulheres sejam enterradas até a altura do busto com as mãos amarradas por cordas e o corpo enrolado num tecido branco".
O segundo texto, de Reinaldo Azevedo, levanta a hipótese de estar sendo organizada uma operação "para maquiar tanto a moral de Ahmadinejad como a de Lula". Sakineh seria enviada ao Brasil "como exemplo da humanidade e da sensibilidade de Lula e de... Ahmadinejad". O jornalista não descarta sequer a hipótese de a viúva ser enviada "diretamente do apedrejamento para o palanque de Dilma Rousseff".
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