Empresário de Grupo que possui empresa em Cornélio é Preso em Londrina por suspeita de propina
Empresário de Grupo Que Possui empresa em Cornélio é Preso em Londrina por suspeita de propina
Um empresário de Londrina foi detido, na manhã desta sexta-feira
(22), por supostamente ter oferecido propina a um vereador, com o
objetivo de impedir a votação da derrubada da chamada Lei da Muralha
(10.092). Anderson Fernandes foi preso pelo Grupo de Atuação Especial
de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).Segundo informações da rádio Paiquerê AM, o homem é proprietário do Depósito Sanderson, localizado na PR-445, zona sul da cidade. Ele teria proposto o pagamento de R$ 40 mil ao vereador Roberto Fú, autor do projeto de lei que propõe a derrubada da "muralha". Em Cornélio Procópio, o Grupo Sanderson é proprietário da Pedreira PedraNorte, localizada na PR-160, saída para Nova Fátima.
Por volta das 8h30, Fú foi ouvido pelo delegado do Gaeco, Alan Flore, e por promotores do Gaeco e da Promotoria de Defesa do Patrimônio Público. Fernandes teve a prisão temporária decretada e foi detido em sua residência, acusado de corrupção e porte ilegal de arma.
Mandados de busca e apreensão estão programados para a manhã desta sexta-feira. Um deles foi realizado na casa do empresário Everton Mufatto, sócio-proprietário dos supermercados Mufatto.
Mufatto e Fernandes teriam uma parceria para a construção de um novo supermercado na zona sul, obra já em andamento, que ficaria pronta no final de 2012. Com a manutenção da "muralha", eles teriam o monopólio das vendas na região.
A Lei da Muralha foi sancionada durante o governo de Nedson Micheleti (PT) e impede a construção de supermercados e lojas com mais de 1.500 m² de área construída no perímetro que vai da PR-445, na zona sul, à Avenida Henrique Mansano, na zona norte.
Versão de Roberto Fú
Após depor no Gaeco, o vereador Roberto Fú conversou com a imprensa e inclusive mostrou um trecho de uma das conversas com Fernandes. Ele contou, em entrevista veiculada na rádio Paiquerê AM, que foi procurado pelo empresário e por Everton Mufatto em março.
"A conversa mudou e eu senti que estava indo para um lado que eu não gosto, que haveria uma proposta de vantagens para que eu segurasse o projeto que derruba a Lei da Muralha. Eu mostrei ao Gaeco e passei a gravar as conversas, nos encontramos diversas vezes e em uma conversa que foi gravada eles ofereceram uma quantia em dinheiro", disse.
Fernandes teria dito 40 e o vereador teria questionado se seriam R$ 40 mil, fato confirmado através de gestos. Para mascarar qualquer denúncia da propina, Fú foi orientado para que tratasse do montante como papéis da lotérica, empreendimento que também seria instalado dentro do supermercado.
O vereador acredita que o "cabeça" por detrás das negociações seria o sócio-proprietário da rede Super Mufatto. "Até porque eu tenho mensagem dele [Fernandes] marcando uma reunião para mim falar com o Everton, eu entendo que ele falava em nome de alguém e esse alguém era o Everton", disse.
As negociações teriam esfriado durante o episódio da prisão do ex-secretário municipal de Governo, Marco Cito, e do empresário Ludovico Bonato. O fato teria amedrontado Fernandes e Mufatto, já que os detidos haviam justamente oferecido propina a um vereador.
No dia 6 de junho, Fú achou que receberia os R$ 40 mil prometidos, pois foi marcado um encontro, mas ele foi intimado pelos policiais do Gaeco, o que impediu a consumação da suposta propina. O vereador colocou que o objetivo dos empresários não era a retirada de pauta do projeto, mas seu arquivamento natural.
"O projeto poderia ir para votação, eles pediram apenas que não eu não polemizasse, para deixar calmo, tranquilo. Na gravação fica muito claro, o projeto é a minha vida, não ia precisar estar retirando, apenas não polemizar", declarou.
O vereador não soube dizer se mais vereadores teriam recebido esse tipo de propostas.
Rumos da investigação
No final da manhã, o delegado do Gaeco, Alan Flore, e os promotores Cláudio Esteves e Renato de Lima Castro deram entrevistas, mas não adiantaram muitos detalhes. Flore afirmou que os mandados de busca cumpridos em seis locais, entre residências dos investigados e estabelecimentos comerciais, apreenderam computadores e documentos.
Na casa de Anderson Fernandes foi encontrada uma arma de fogo. Por não possuir porte, ele também foi detido pelo crime, no qual deverá pagar uma fiança de 20 salários mínimos. O empresário ficará detido possivelmente na Penitenciária Estadual de Londrina até que vençam os cinco dias de sua prisão temporária.
"Estamos avaliando a necessidade de inquirições de alguns pessoas, se isso será feito, estamos estabelecendo ordem de prioridade, estamos aventando a possibilidade de outras medidas, mesmo mais drásticas como a que foi cumprida na data de hoje", colocou à rádio Paiquerê AM.
Já o promotor Cláudio Esteves confirmou a parceria existente entre Fernandes e Mufatto para construção de um empreendimento. Além do projeto de lei do vereador Roberto Fú, o Ministério Público vai averiguar se uma matéria de autoria de Joel Garcia também estaria beneficiando os empresários, de acordo com o promotor Renato de Lima Castro.
Joel Garcia foi o autor da proposta de uma mudança de zoneamento e deve ser chamados para dar explicações.
Fonte: Cornelio Digital - O Diario
Por: O Diario
Data: 26/06/2012
Por: O Diario
Data: 26/06/2012
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