OPINIÃO

As "prostitutas" da política

A política no Brasil, como todos sabem, é cheia de vícios, a começar pelos municípios, onde impera, sobretudo, o poder econômico a cooptar todo tipo de gente, desde as pessoas das camadas sócio-econômicas mais baixas até as da chamada elite.
Virou profissão no Brasil a prostituição na política, que é capaz de fazer gente desavergonhada, hipócrita e dona da verdade passar três anos ou mais achincalhando quem está no poder apenas para se dar bem financeiramente no ano eleitoral, o que caracteriza a figura da chantagem na acepção da palavra.
As "prostitutas" da política, no exercício de diversas funções, são as mais barulhentas, mais esquizofrênicas e, mormente, mais descaradas, porque fazem o alarde, denunciam as gestões públicas como se fossem o holocausto e, como num passe de mágica, mas a toque de caixa, mudam, repentinamente, de opinião, passando a elogiar, da noite para o dia, tudo aquilo que criticavam, como se o público não viesse a perceber que, por trás de tão brusca mudança, há o tilintar das 30 moedas de Judas.
Empreiteiros chantagistas, alguns até ganhando alcunhas vulgares de “bandidos”, “chefes de quadrilha organizada” ou “marginaizinhos”, na calada da noite, viram cabos eleitorais apaixonados, aliados da linha de frente, enquanto comandam obras públicas superfaturadas graças ao sagrado dinheiro público.
Comunicadores vendem a voz, a alma, o coração e até a moral que não têm, interpretando, num teatrinho mambembe de quinta categoria, o papel de porta-vozes da gestão que antes era tida como o inferno, a terra arrasada, sucumbida ao chicote do ditador, do tirano etc.
Lideranças de comunas, antes desafetos, passam a defender com unhas e dentes a gestão pública que era criticada na base do porta a porta, de casa em casa, no trololó, na picuinha, na fofoquinha, depois de uma negociatazinha envolvendo dinheiro, direito a ambulâncias para socorrer doentes e morimbundos, linhas de transporte escolar, verbas oficiais para associações, empregos para familiares e apaniguados.
A canalhice é tamanha e tão gigantesca a ponto de pôr em risco o processo eleitoral, pois o dinheiro que faltava nos cofres oficiais passa a jorrar, em negócios espúrios de corruptores e corrompidos, quem andava a pé passa a passear de carro por aí, quem tinha bicicleta passa a andar de moto, quem usava camisa de tricoline passa a usar camisa “Jacaré”, quem comia no botequim da esquina passa a frequentar restaurante cinco estrelas e daí por diante.
O padrão de vida dessa gente desavergonhada melhora no ano eleitoral graças ao “padrinho”, o “santo”, que outrora não passava de “coronel”, “ditador” ou “coisa ruim”.
Enquanto isso, o município continua na mesmice de sempre, faltando médico, remédio, exame e procedimentos necessários ao atendimento de urgência e emergência; nas escolas públicas, os estudantes continuam não aprendendo quase nada devido à incompetência da gestão; as obras virão, mas no calor da eleição, que é para empregar arrimos de família e dar a impressão de que a administração é desenvolvimentista.
Assim funcionam as coisas em ano eleitoral no Brasil, de município em município.
E o povo como é que fica?
ORA: o povo paga a conta.
Mas uma coisa é certa, pode escrever ai: as "prostitutas" da política - que se vendem não valem o níquel que recebem.
E, neste sábado de convenções, as "prostitutas" estão com o cabaré e o corpo abertos à espera do cliente que se dispor a pagar mais.
O "michê" está lançado.


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

CORONA VÍRUS