SINDIRURAL REALIZA CURSO SOBRE OLERICULTURA BÁSICA E INTENSIFICA A INSERÇAO DE PRODUTOS DE QUALIDADE DO MERCADO LOCAL
CORNÉLIO PROCÓPIO - No início deste mês, o Sindicato dos Produtores Rurais de Cornélio Procópio (Sindirural), em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR/PR), realizou um curso para trabalhadores na olericultura básica, onde reuniu produtores e produtoras rurais engajados em inserir no comércio de Cornélio alimentos saudáveis e com procedência reconhecida. Ministrado pela instrutora Maria de Fátima Cavalheiro Marcondes, o objetivo do treinamento é que os participantes conheçam e implantem os cultivos de olerícolas baseando as decisões nos conceitos mais atuais para as culturas e viáveis economicamente.
Yassuo Curiaki, médio veterinário, membro do CSA (Conselho de Sanidade Agropecuária) e um dos participantes do curso enaltece que, através também do Departamento Agropecuário do município de Cornélio no qual faz parte, juntamente com o Sindirural, houve um destaque para a necessidade de organizar a cadeia produtiva de hortifrutigranjeiro, principalmente no que diz respeito a hortaliças e legumes. “Nós reunimos este primeiro grupo de produtores rurais que veem esta atividade como opção no trabalho rural e vão, neste treinamento, extrair o conhecimento básico necessário para colocar em prática este ramo de subsistência ou intensificar a produção já existente. Nosso objetivo é buscar a qualidade desse produto, ou seja, a segurança naquilo que o consumidor deseja. Por exemplo, quando chega um tomate no mercado, queremos que o consumidor tenha a total garantia da procedência de origem e das boas práticas aplicadas na produção desse tomate. Isto não significa que é mais custo, mas apenas gestão da sua atividade. É um olhar mais atento para as práticas de manejo do produto, é fazer com que ele saia da propriedade rural e venha para a comercialização com melhor qualidade”, explica.
O que é
sentido hoje no mercado consumidor é o contrário, salienta Yassuo. “O mercado
oferece-nos os produtos dos quais não sabemos a forma como foi produzido e a
que nível de contaminação ele se encontra. Além disso, os órgãos de
fiscalização não têm condições de fiscalizar produto por produto. A ideia é formar
este grupo, treina-los e que eles próprios verifiquem por amostragem cada
produtor. Isso necessariamente vai ocasionar uma identificação no produto para
que o consumidor entenda que aquilo que está sendo adquirido é um alimento
diferenciado no mercado”, reforçou o veterinário, ao acentuar que, numa primeira
reunião, na qual foi lançada a proposta, a adesão foi unanime.
Edilson
Shigueki Igawa, também participante do curso, é oriundo de família de produtor
rural e há cinco anos produz alimentos orgânicos, na grande parte, tomate e uma
pequena diversificação com abobrinha. O tomate gera uma média de 4 a 5 kg/planta
por safra de estufa (6 a 7 meses de produção). Seu produto é colhido, embalado
e levado até Uraí para ser despachado para Curitiba. De lá, a produção é
distribuída para o sul e uma parte volta para o norte. “Interessei-me muito
pela ideia de formar um grupo que possa entregar aos mercados produtos
saudáveis e de qualidade, diferente do que vemos nas gôndolas hoje em dia. A
maioria dos produtos vem de longe, logo não sabemos a origem do que estamos
levando pra mesa das nossas famílias. Não basta a ideia, é necessário suporte
para coloca-la em prática”, disse o produtor.
Edilson busca
no curso melhorar a qualidade do seu produto e intensificar a ideia da criação desse
grupo de produtores engajados em oferecer ao consumidor produtos com autenticidade
na procedência. “Se houver a oportunidade, pretendo sim me aprimorar mais e
cada vez aumentar minha gama de conhecimento. Mesmo produzindo, alguma coisa ou
outra a gente vai buscar dentro dos supermercados e é nesse momento que
constatamos a má qualidade do que nos é oferecido em termos de alimento. Queremos
trabalhar aqui no nosso município, eliminar aquele atravessador, o fornecedor
que vem de outras regiões e se sobressair no mercado consumidor”, concluiu.
Nos dois
dias de curso foram abordados os seguintes temas: escolha do local, clima e
preparo dos canteiros; fertilidade de solo e compostagem; produção das mudas e
plantio; controle de pragas e doenças; tratos culturais e rotação de culturas;
colheita, pós-colheita, classificação, embalagem e rotulagem.
Edilson, instrutora Fátima e Yassuo |
Participantes, junto a instrutora Fátima Marcondes (lateral esquerda) |
Comentários
Postar um comentário