TCE considera ineficiente a coleta seletiva em Cornélio Procópio, no PR
Conforme auditoria, município não realizava a separação do lixo reciclável corretamente.
Prefeitura diz que o problema foi causado por falhas na gestão da Sanepar.
A gestão do lixo em Cornélio Procópio, na região norte do Paraná, foi considerada falha e ineficiente segundo relatório produzido pelo Tribunal de Contas do Estado do Paraná (TCE-PR). De acordo com o documento, produzido pelo TCE-PR e a Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP), durante os anos de 2011 e 2012, o programa de coleta seletiva do lixo no município é ineficiente, e vai contra a Política Nacional de Resíduos Sólidos.
Durante os dois anos, alunos, professores da UENP e auditores do TCE realizaram entrevistas com moradores e acompanharam o serviço de coleta de lixo na cidade. Com as duas ações, os pesquisadores constataram que não há separação de lixo nos domicílios, o que favorece a mistura entre os rejeitos orgânicos e recicláveis reduzindo o aproveitamento dos materiais.
Durante a auditoria, a equipe constatou ainda que os trabalhadores dos centros de triagem do lixo não utilizavam equipamentos de proteção individual necessários, uma vez que até lixo hospitalar foi depositado junto aos recicláveis.
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O secretário de Meio Ambiente de Cornélio Procópio, Oscar Balarin,
defende que desde 2012 a coleta do lixo e a gestão do aterro sanitário
ficou sob a responsabilidade da Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar).
Conforme Balarin, a gestão anterior da Prefeitura assinou um contrato
com a Sanepar para o gerenciamento do lixo pelo período de 30 anos, e
por isso a auditoria do TCE-PR apontou falhas no sistema . “Hoje, a
população não sabe quando deve colocar o lixo orgânico ou o reciclável
na rua porque o caminhão do lixo não tem dia certo para passar”,
explica.Ainda conforme o secretário, a companhia tem destinado todos os resíduos para o aterro sanitário da cidade sem a devida separação, o que tem prejudicado o espaço. “Nós estamos tentando reverter esse contrato que foi muito mal feito para depois podermos normalizar a coleta. Enquanto o contrato estiver em vigor, o município não consegue fazer nada”, diz Balarin.
Ao G1 a Sanepar informou que o contrato da gestão de lixo na cidade foi assinado no dia 14 de novembro de 2012 e que antes dessa data não realizava o serviço no município.
O documento foi aprovado pelo Plenário do TCE-PR e publicado na segunda-feira (16) e o município tem 60 dias para se adequar as normas exigidas TCE-PR. Entre as medidas a serem adotadas está a aprovação de um Plano Municipal de Gestão dos Resíduos para ampliar a coleta seletiva, melhorar a distribuição de lixeiras pela cidade, realizar campanhas de conscientização ambiental junto a população, combater o descarte irregular de resíduos e ainda fornecer equipamentos de segurança para os trabalhadores da coleta.
Luciane Cordeiro Do G1 PR
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