SENADO FEDERAL
Gleisi vê Dilma como alvo de
preconceito contra a mulher
A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) afirmou hoje,
durante sessão solene do Congresso em homenagem ao Dia Internacional da Mulher,
que a presidente Dilma Rousseff é alvo de preconceito porque críticos do
governo costumam descrevê-la como exigente, mandona, autoritária e de
temperamento difícil.
— Criticam o temperamento da presidenta Dilma,
mesmo sem conhecê-la de perto, porque ainda estão inconformados com sua eleição
e porque ela segue obtendo a aprovação e a confiança da maioria do povo
brasileiro — disse a senadora. “A presidenta exerce sua autoridade, ela
foi eleita para isso”, completou.
Sem medo de politizar a solenidade, que muitos
preferem dizer que tem caráter apartidário, Gleisi Hoffmann disse considerar
“inquietante” a existência de preconceitos enraizados entre pessoas que
consideramos educadas e civilizadas. “Ainda estão tentando desvalorizar a presidente
Dilma porque ela é mulher”, enfatizou.
Ela destacou que o PT, em 1991, aprovou a cota
mínima de 30% de participação das mulheres em todos os níveis da direção
partidária, uma decisão histórica que faz parte do legado petista em defesa de
uma sociedade mais inclusiva e mais participativa. Em 1995, 4 anos depois, o
sistema de cotas para candidaturas de mulheres tornou-se lei no país.
Na avaliação da senadora, os dois governos do PT,
da presidenta Dilma e do presidente Lula, estão implementando políticas
públicas favoráveis às mulheres, mas há um longo caminho a percorrer. A mulher
segue cumprindo jornada de trabalho de três turnos, em todos os dias
da semana.
Estudo da Fundação Perseu Abramo indica que nas
unidades familiares, em que os casais coabitam, somente 2% dos homens são os
principais responsáveis pelo trabalho doméstico. E apenas 18% dos homens
colaboram com as companheiras. “Como nenhuma casa funciona se não estiver
limpa, o serviço acaba sendo feito pela mulher”, lamentou a senadora.
Ela alertou que o preconceito pesa sobre a mulher
desde criança. Citando um artigo do jornal The Wall Street Journal — “Garotas mandonas
são líderes natas” — Gleisi disse que a maioria da sociedade espera que os
meninos sejam firmes, seguros, que saibam o que querem, enquanto as meninas
devem ser boazinhas, amáveis e sensíveis.
— Quando um menino assume a liderança ninguém fica
surpreso ou ofendido. Isso é esperado, mas quando uma menina faz o mesmo, ela é
geralmente criticada — assinalou, advertindo que temos de mudar a situação.
“Nenhum país avança sem bons líderes, homens e mulheres. Nosso crescimento
econômico, social, cultural e humano depende de homens e mulheres
totalmente engajados na força de trabalho e no campo das decisões”, concluiu.
Assessoria
de Imprensa/Gabinete Gleisi Hoffmann - Fotos: Marcos Oliveira/Agência Senado
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