Instituto de Florestas do Paraná vai vender 41% de suas áreas rurais
As 17 unidades
voltadas à produção de madeira, que juntas somam 44 mil hectares, custam
ao governo estadual até R$ 13 milhões ao ano
O Instituto de Florestas do Paraná, antiga Ambiental Paraná
Florestas S.A., anunciou que vai vender sete das suas 17 áreas rurais.
Ao todo, as unidades postas à venda totalizam 12,8 mil hectares,
localizados em Castro, Doutor Ulysses, Cerro Azul e Ponta Grossa.
Juntas, essas áreas, que representam 41% das terras pertencentes ao
instituto, devem render aos cofres públicos pouco mais de R$ 105
milhões. A negociação deve ocorrer (hoje) no dia 26 de maio, na sede do órgão, em
Curitiba, às 14 h, por meio de uma concorrência pública de maior lance
ou oferta.
Oficialmente, a justificativa do governo estadual para autorizar o leilão é economizar para impulsionar outras áreas da economia do estado, conforme atesta o secretário da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara. “Queremos deixar o setor privado tocar a produção de madeira, que já representa 7% do valor bruto da produção agrícola do Paraná, por dois motivos. As áreas rurais têm um custo operacional muito alto e o governo deseja aplicar o dinheiro gasto nessas unidades em outros setores da economia, como, por exemplo, o agronegócio”, explica.
Por ano, o governo estadual desembolsa R$ 13 milhões para manter as 17 áreas do instituto, que é vinculado à Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento. Segundo Benno Henrique Weigert Doetzer, diretor-adjunto do Instituto de Florestas do Paraná, o governo também não consegue investir para aumentar a produção de madeira e tornar positivo o saldo da negociação. “Apenas 60% da área disponível para reflorestamento foi devidamente utilizada. Por isso não conseguimos gerar uma receita de R$ 15 milhões, como esperado para a área”, reconhece.
Proteção
Uma das preocupações dos especialistas da área, como o engenheiro florestal Maurício Balensiefer, professor da UFPR, é a possibilidade de desmatamento de florestas nativas que estão dentro das unidades postas para negociação. “Os lotes à venda estão em áreas como Castro, Ponta Grossa e Cerro Azul, que têm uma vocação natural para o plantio de árvores. A topografia é bastante acidentada e impossibilita outras atividades econômicas”, diz Balensiefer.
Porém, a probabilidade de desmatar vegetações nativas é pequena. As sete unidades anunciadas para compra já detêm Áreas de Preservação Permanente (APPs), destinadas a proteger os recursos hídricos, a paisagem e a biodiversidade, e reservas legais, para assegurar o uso sustentável dos recursos naturais, em estágio médio ou avançado de regeneração.
Para Solano Martins, diretor-presidente do Instituto Brasileiro de Florestas, o que salta aos olhos no edital da entidade paranaense é o preço inicial sugerido para as propriedades, que está baixo, segundo ele. “Em média, um hectare nessas regiões varia de R$ 10 mil a R$ 15 mil. Mas está se cobrando cerca de R$ 8 mil nessa negociação”, diz Martins. Para ele, o preço reduzido pode refletir uma vontade bastante grande do governo estadual de se desfazer das áreas rurais.
Publicado em 16/05/2014 | Luan Galani, especial para a Gazeta do Povo
Oficialmente, a justificativa do governo estadual para autorizar o leilão é economizar para impulsionar outras áreas da economia do estado, conforme atesta o secretário da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara. “Queremos deixar o setor privado tocar a produção de madeira, que já representa 7% do valor bruto da produção agrícola do Paraná, por dois motivos. As áreas rurais têm um custo operacional muito alto e o governo deseja aplicar o dinheiro gasto nessas unidades em outros setores da economia, como, por exemplo, o agronegócio”, explica.
Por ano, o governo estadual desembolsa R$ 13 milhões para manter as 17 áreas do instituto, que é vinculado à Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento. Segundo Benno Henrique Weigert Doetzer, diretor-adjunto do Instituto de Florestas do Paraná, o governo também não consegue investir para aumentar a produção de madeira e tornar positivo o saldo da negociação. “Apenas 60% da área disponível para reflorestamento foi devidamente utilizada. Por isso não conseguimos gerar uma receita de R$ 15 milhões, como esperado para a área”, reconhece.
Proteção
Uma das preocupações dos especialistas da área, como o engenheiro florestal Maurício Balensiefer, professor da UFPR, é a possibilidade de desmatamento de florestas nativas que estão dentro das unidades postas para negociação. “Os lotes à venda estão em áreas como Castro, Ponta Grossa e Cerro Azul, que têm uma vocação natural para o plantio de árvores. A topografia é bastante acidentada e impossibilita outras atividades econômicas”, diz Balensiefer.
Porém, a probabilidade de desmatar vegetações nativas é pequena. As sete unidades anunciadas para compra já detêm Áreas de Preservação Permanente (APPs), destinadas a proteger os recursos hídricos, a paisagem e a biodiversidade, e reservas legais, para assegurar o uso sustentável dos recursos naturais, em estágio médio ou avançado de regeneração.
Para Solano Martins, diretor-presidente do Instituto Brasileiro de Florestas, o que salta aos olhos no edital da entidade paranaense é o preço inicial sugerido para as propriedades, que está baixo, segundo ele. “Em média, um hectare nessas regiões varia de R$ 10 mil a R$ 15 mil. Mas está se cobrando cerca de R$ 8 mil nessa negociação”, diz Martins. Para ele, o preço reduzido pode refletir uma vontade bastante grande do governo estadual de se desfazer das áreas rurais.
Publicado em 16/05/2014 | Luan Galani, especial para a Gazeta do Povo
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