SALVANDO VIDAS - DOAÇÃO DE ÓRGÃOS
Família de São Jerônimo da Serra autoriza doação de órgãos de adolescente
A morte
de um adolescente em Londrina mobilizou mais de 60 profissionais em
torno de um gesto aguardado por milhares de pessoas à espera de um
transplante. O momento difícil exige rapidez da equipe e uma decisão
delicada por parte da família. O adolescente de 17 anos estava internado
na Santa Casa de Londrina desde 27 de maio. Vítima de acidente de moto
em São Jerônimo da Serra (Norte Pioneiro), o rapaz teve morte cerebral
constatada na noite desta segunda-feira.
A
equipe da Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para
Transplante deu a notícia da morte à família. A enfermeira Élida dos
Reis Cardoso e a psicóloga Larissa Beatriz Andreatta explicaram a
possibilidade de doação dos órgãos e a família aceitou a realização do
procedimento. "Foi um momento de muita emoção. É importante respeitar a
dor da família e abordar o assunto de uma forma delicada para ajudar
outros pacientes", contou a enfermeira. "Eles definiram a doação como um
ato de carinho ao próximo e concordaram", destacou a psicóloga.
Médicos
do Instituto do Coração, em São Paulo, e equipes dos hospitais das
Clínicas e Angelina Caron, em Curitiba, e Evangélico, em Londrina, foram
mobilizados. Três cirurgiões viajaram às pressas para Londrina em uma
aeronave do governo do Estado e pousaram por volta das 10h30. Em menos
de uma hora, a equipe já estava a postos na sala de cirurgia da Santa
Casa.
A
retirada do coração foi realizada em aproximadamente três horas. O órgão
foi encaminhado para Curitiba, assim como o fígado e o pâncreas. Os
pulmões foram levados para São Paulo. Os rins e as córneas também foram
retirados.
A
coordenadora da Central de Transplantes de Londrina, Ogle Beatriz
Bacchi, explica que a destinação de rins depende do resultado do exame
de compatibilidade dos pacientes na fila de espera. As córneas foram
encaminhadas ao banco de olhos do Hospital Universitário de Londrina.
Ogle destacou que esta foi a oitava captação de órgãos realizada neste
ano em Londrina e região. "O momento de informar a família sobre o
fechamento do diagnóstico é o mais crucial. Os profissionais respeitam
as várias etapas do protocolo do Conselho Federal de Medicina, que pode
durar de seis a dez horas. Embora o paciente esteja com os aparelhos, a
morte é constatada e, a partir desse momento, pode ser feita a doação",
reforçou. O nome do adolescente não foi revelado.
O
cardiologista Ricardo Schneider, do Hospital Angelina Caron, em Campina
Grande do Sul, na Região Metropolitana de Curitiba, informou que o
coração vindo de Londrina foi transplantado em uma paciente de 59 anos. A
cirurgia durou cerca de duas horas e agora a mulher ficará por dois
dias na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da instituição. Em seguida,
ela segue para um quarto e fica internada por mais uma semana. "Correu
tudo bem na cirurgia e agora vamos acompanhar a recuperação da
paciente", informou o médico.
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