PR - GREVE PODE ACABAR NESTA SEMANA
Deputados e sindicatos chegam a acordo para proposta de reajuste
Proposta segue para aprovação nas assembleias das categorias
Uma
reunião na tarde desta quarta-feira (3) entre deputados e
representantes dos servidores públicos definiu um acordo para o projeto
que deve reajustar os salários do funcionalismo paranaense. Agora, a
proposta deve ser levada aos servidores que têm de aprová-la nas
assembleias das categorias.
Esta proposta
prevê um acordo que dura três anos. O primeiro reajuste será de 3,45% e
deve ser concedido, em parcela única, no mês de outubro. Em janeiro de
2016 o aumento será de 8,5%. Já em janeiro de 2017 está mercado outro
reajuste, a ser definido pelo IPCA e mais 1% de ganho real. A data base
sofreria alteração apenas no ano de 2016, quando seria antecipada para
janeiro e o próximo reajuste em relação a revisão, será em maio de 2018.
O
líder do governo, deputado Luiz Claudio Romanelli (PMDB), frisou que a
proposta é fruto de um amplo debate. “O diálogo prevaleceu. Chegamos a
um consenso que garante que os servidores não tenham nenhuma perda,
tendo inclusive aumento real, e também que os resultados do ajuste
fiscal do governo sejam mantidos, garantindo recursos para investimentos
e melhorias”, disse Romanelli.
Ainda de
acordo com o parlamentar, o ajuste fiscal e as reformas administrativas
promovidas pelo governo do estado, o fim do ano passado deverão garantir
os aumentos. “Nós tomamos medidas duras e impopulares, é verdade. Mas
graças a elas teremos receita para pagar as despesas que temos,
principalmente a com o pessoal, que é a principal despesa que o Estado
tem”, completou.
Segundo o professor Hermes
Leão, presidente da APP Sindicato, a proposta será levada para os
servidores. A princípio a assembleia da categoria estava marcada para a
próxima terça-feira (09), mas a data deverá ser confirmada pelo comando
de greve ainda hoje.
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Abaixo, a entrevista do deputado Luiz Claudio Romanelli logo após a reunião com os sindicatos.
O que consiste esta proposta que foi passada para os servidores?
Romanelli:
Ela consiste no amplo diálogo na Assembleia Legislativa, com a bancada
de apoio ao governo e com a bancada da oposição. Ao mesmo tempo, foi
negociada com o Fórum das Entidades Sindicais e com a APP Sindicato. É
uma proposta que estabelece uma regra por três anos, com um acordo que
trata da revisão anual dos salários dos servidores público. Uma solução
até 2018, com uma regra clara, sem nenhuma condicionalidade que
estabelece o IPCA como índice que corrige os salários e com datas
diferenciadas. Mantém a data base no mês de maio, com excessão no ano de
2016 quando ela é antecipada para o mês de janeiro.
Então
nós aplicaremos em outubr os 3,45% que são relativos à inflação medida
pelo IPCA entre os meses de maio e dezembro de 2014. Já em janeiro de
2016, nós aplicaremos o IPCA que de toda a inflaçãode 2015, que será de
aproximadamente 8,5%. E em janeiro de 2017 se aplica e se paga toda a
inflação de 2016 pelo IPCA. Em maio de 2017 se aplica uma correção, mais
uma vez, dos salários com base do IPCA do primeiro quadrimestre, ou
seja, de janeiro a abril. E o próximo reajuste em relação a esta
revisão, será em maio de 2018.
Além disso,
será aplicado na data dase do dia 1º de janeiro de 2017 um ponto
percentual de ganho real, relativo à cobertura das perdas financeiras
desses meses do ano de 2015. Esta proposta garante plena correção dos
salário dos servidores e nenhuma perda financeira. Ela pode dar a
solução as greves que estão em andamento no Estado e é a forma de tentar
pacificar os ânimos e fazermos com que o Estado volte a normalidade.
Há possibilidade mais um reajuste em maio de 2016?
Não.
Foi uma discussão sobre a proposta de número dois que não foi validada
pelo governo. A proposta que foi acatada é esta final e é a que nós
entregaremos formalmente pela Alep. Eu, como líder do governo, e o
presidente da Casa, Ademar Traiano, em nome do governo, tratando
diretamente com as entidades representativas dos servidores para que nós
possamos concluir este processo. Ela foi construída a partir de um
amplo consenso dentro da Alep. Com apoio tanto da bancada de apoio ao
governo, quanto da bancada da oposição. Então, majoritariamente há
apoiamento. Estamos construindo um consenso para poder sair desta
greve.
O governo disse que não pode pagar
este ano os 8,17% da reposição da inflação porque não há dinheiro em
caixa. Há alguma garantia de que nos próximos anos 2016, 2017 e 2018
haverá dinheiro para pagar esta reposição?
Há
garantia de que o governo irá pagar os professore sim. Nós tomamos
medidas duras e impopulares, é verdade. Mas graças a elas teremos
receita para pagar as despesas que temos, principalmente a com o
pessoal, que é a principal despesa que o Estado tem. Além desta revisão,
nós temos outros questões. O pagamento e implantação das promoções e
progressões, pagamento dos atrasados de agosto como um todo, percentual
diretamente para as universidades, etc. Estas políticas todas
continuarão em execução. Estamos tratando aqui hoje de resolver uma
questão de grande tencionamento que é a data base. E foi por isso que o
governo teve que fazer um ajuste fiscal. O ajuste fiscal se justifica
para podermos fazer com que sejamos o único Estado da federação que tem
um política salarial de três anos para garantir segurança jurídica para
ser servidores, estabilidade e ao mesmo tempo que estas relações possam
tomar o caminho sempre do diálogo.
Os
professores também pedem a retirada do artigo sexto. Ontem o senhor já
adiantou que este artigo será retirado, mas os professores também pedem
que não haja nenhuma punição (desconto de salários) a todos que estavam
em greve.
A proposta é para dar uma solução
negociada ao processo. O artigo sexto efetivamente será retirado, ele
tratava da questão do piso salarial do magistério e não será tratado
nesta proposta, pois ela é uma outra pauta específica com os sindicato
da categoria que é a APP Sindicato. Em relação às punições serão
construídas em uma mesa de negociação. O que nós pretendemos é que esta
greve possa, de fato, ter fim. Que a categoria possa convocar uma
assembleia, se possível no sábado, para que já na segunda-feira as
escolas do Paraná possam voltar à normalidade e reiniciar o ano letivo. É
a última proposta. É uma tentativa que eu espero que toda a categoria
profissional posso acatá-la e que possamos seguir na normalidade da
administração pública do Paraná.
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