Autonomia para universidades públicas
Proposta foi
aprovada por uma comissão especial e autoriza instituições a cobrarem por cursos
de especialização, mas apenas se quiserem.
O deputado federal Alex Canziani
(PTB) apresentou uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que foi aprovada
ontem (24) por uma comissão especial da Câmara dos Deputados. A PEC, que agora
será analisada e votada pelo plenário da Casa, possibilita a cobrança de cursos
de extensão, pós-graduação lato sensu
e mestrado profissional em universidades públicas. “A matéria apenas
autoriza, não obriga as instituições a cobrarem. O que estamos, na verdade, é
dando mais liberdade para as faculdades e universidades gerirem seus próprios
recursos”, destaca o parlamentar paranaense, que preside a Frente Parlamentar da
Educação do Congresso Nacional. “Estamos garantindo segurança jurídica para os
estabelecimentos.”
As universidades terão autonomia
para ofertar cursos pagos. Os pagamentos ajudam a garantir recursos extras para
as universidades para pesquisas e laboratórios. Os cursos de pós-graduação lato sensu e mestrados profissionais
capacitam estudante para um segmento específico do mercado de trabalho e não dá
direito a diploma, apenas a certificado. Os programas de residência, como de
residência médica, e de formação de profissionais na área de ensino, não poderão
ser cobrados.
AÇÕES – Hoje, embora diversas
universidades ofereçam cursos de pós-graduação e extensão pagos, há recursos no
Supremo Tribunal Federal (STF) tentando barrá-los. “Os reitores, em sua ampla
maioria, são favoráveis à proposta e têm a preocupação de que, se o Supremo
declarar a cobrança inconstitucional, isso vai ser um problema seriíssimo para
as nossas universidades”, disse Canziani, justificando o ingresso da proposta.
“Os recursos que vêm da pós-graduação ajudam a graduação, porque melhoram a
estrutura da universidade como um todo”, complementou.
BOLSAS – Ex-reitora da
Universidade Federal de Juiz de Fora, a deputada Margarida Salomão (PT-MG)
concorda com a proposta, mas acredita que é importante garantir a oferta de
bolsas para aqueles que não têm recursos econômicos para fazer os cursos pagos.
“Isso é consistente com a natureza da universidade pública”, ressaltou. A
deputada fez acordo com o autor e o relator da PEC para apresentação conjunta de
um Projeto de Lei Complementar prevendo percentual mínimo de bolsas nos cursos
de especialização profissional pagos oferecidos pelas universidades públicas.
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