Morno: Debate entre candidatos ao governo do PR não sai do esperado

Beto Richa (PSDB) e Osmar Dias (PDT) foram os alvos preferidos dos demais participantes da sabatina

Foi como se esperava, morno. "Só vai esquentar mesmo na reta final”. O comentário do assessor de um dos candidatos, na saída dos estúdios da Band Curitiba, sintetiza o que foi o debate da noite desta quinta-feira, dia 12, reunindo os sete concorrentes ao governo do Estado. Também como se previa, Beto Richa (PSDB) e Osmar Dias (PDT) foram os alvos preferidos dos demais participantes da sabatina, que terminou à meia-noite.

A venda do Banestado, no governo Jaime Lerner, a possível de privatização do porto de Paranaguá e da Copel e as tarifas do pedágio alimentaram as perguntas dirigidas a Beto Richa, enquanto a reforma agrária e a atuação do MST foram as questões preferidas nas indagações a Osmar Dias.

No primeiro caso, ao responder pergunta formulada por Avanilson Araújo, do PSTU, o tucano respondeu que tinha votado sim pela privatização do Banco do Estado, pois ele se encontrava em situação falimentar e só atendia a políticos. “Agi conforme a minha consciência”, disse, afastando qualquer possibilidade de privatizar o porto e a Copel. Na questão do pedágio, pretende negociar com as concessionárias a redução das tarifas, que são incompatíveis.

Osmar Dias, por sua vez, respondeu a Amadeu Felipe, do PCB, que sempre foi favorável à reforma agrária, dentro da lei e da ordem, e que o Paraná avançou muito nos assentamentos durante o governo Roberto Requião, um dos candidatos ao Senado pela sua coligação. “Não é na borduna que se faz reforma agrária. Querem colocar na minha testa o que não sou”, acrescentou, rebatendo acusações de que seria o candidato do MST.

Pedido de Lula
No primeiro bloco do programa, os convidados explicaram, após sorteio para estabelecer a sequência de apresentação, por que eram candidatos ao governo. Osmar Dias foi o primeiro a falar. Disse que estava preparado para o cargo, via o Paraná como uma família e que também atendia a um pedido do presidente Lula. Beto Richa afirmou que atendia a um sentimento dos paranaenses, que querem uma visão moderna de administração, nos moldes do que foi feito em sua gestão como prefeito de Curitiba, “uma capital muito exigente”.

Robinson Luiz Cordeiro de Paula, do PRTB, defendeu mudanças, inovação, “porque amo o Paraná”. Já Luiz Felipe Bergmann, do PSOL, o sétimo a falar, disse que “os últimos serão os primeiros” e que pretendia um Estado a favor do povo, contra a elite parasita, uma sociedade “eco-socialista”.

Na questão da segurança pública, Paulo Salamuni, do PV, que já tinha criticado os escândalos de caixa 2 e funcionários fantasmas na Assembleia Legislativa, “uma hecatombe política”, segundo ele, prometeu mais recursos para resolver o problema da superlotação carcerária. E parte do dinheiro viria do corte dos cargos em comissão, atendendo delegacias que viraram verdadeiros presídios.

Educação, saúde e emprego foram temas recorrentes nas promessas dos candidatos. Luiz Felipe, inclusive, defendeu a criação de uma zona franca em Curitiba, a exemplo da zona franca de Manaus.

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