Senado homenageia maçonaria em sessão plenária do dia 20

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O Senado homenageará, na sessão plenária desta sexta-feira (20), às 9h, a maçonaria brasileira e o dia do maçom, comemorado em 20 de agosto. O requerimento solicitando o evento foi apresentado pelo senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR).
Segundo o parlamentar, que é maçom e descende de uma família ligada a essa sociedade, há cerca de cinco mil lojas maçônicas no Brasil que se dedicam à realização de obras sociais e filantrópicas. Elas participam de campanhas de vacinação promovidas pelo governo; arrecadam e distribuem alimentos e vestuário; mantêm creches, escolas, centros de apoio a idosos; e promovem o combate às drogas, entre outras tarefas.
Fundamentos
A maçonaria se apresenta como instituição caritativa que reconhece Deus como ser supremo, "o grande arquiteto do universo". Sua origem data de 1175, quando pedreiros ingleses, no intuito de guardarem em segredo a forma das construções góticas que tomava conta da Inglaterra, se organizaram sob a proteção de São João Batista.
Em 1717, foi fundada em Londres a primeira loja maçônica do mundo, que tinha como finalidade espalhar o deísmo, doutrina que considera a razão como a única via capaz de assegurar a existência de Deus, rejeitando, para tal fim, o ensinamento ou a prática de qualquer religião organizada. O deísmo difundiu-se, principalmente, entre os filósofos enciclopedistas.
Ainda no século 18, em 1723, foi promulgada a primeira Constituição Maçônica, elaborada pelo reverendo anglicano James Andreson, e caracterizada por um "espírito tolerante, humanista e deísta", segundo Mozarildo. O objetivo era, portanto, unir os homens sem distinção religiosa.
De acordo com historiadores, com a aceitação de ateus na sociedade pelo Grande Oriente de França, ocorreu o grande cisma da maçonaria, nascendo, então, as duas primeiras grandes potências maçônicas no mundo: a francesa e a inglesa, sendo a primeira teísta (que afirma a existência de um único Deus) e apolítica; a segunda é política e admite ateus.
A maçonaria chegou ao Brasil no início do século 19. Foi criado, nessa época, o Grande Oriente do Brasil (GOB), reconhecido pelo Grande Oriente de França. O GOB era, naquela ocasião, a única obediência maçônica brasileira, mas, posteriormente, se distanciou do Grande Oriente de França e foi para a Grande Loja Unida da Inglaterra. A partir dessa época, a maçonaria brasileira teve seu próprio desenvolvimento, surgindo dissidências dentro do GOB.
História
Segundo Mozarildo, o dia 20 de agosto é a data de celebração da maçonaria brasileira porque foi o momento da fundação do GOB, com a fusão das lojas Esperança, Comércio e Artes, União e Tranquilidade, em 1822.
Seu primeiro grão-mestre foi o patriarca da independência, José Bonifácio de Andrada e Silva. Além de lutar pela independência do país, a ordem maçônica defendeu a abolição da escravatura e a proclamação da República, e também esteve presente em outros fatos históricos importantes para o país, segundo o senador.
Mozarildo contou ainda que os grão-mestres da maçonaria são autores de um manifesto à nação denominado Carta de Brasília, na qual analisaram os problemas nacionais e alertaram para questões da Amazônia e o risco de internacionalização daquela área.
Representantes de diversas lojas maçônicas participaram da solenidade em que o presidente Lula assinou, em agosto de 2009, os projetos que tratam do novo marco regulatório para exploração de petróleo na área do pré-sal . Eles estavam, também, nas comemorações da Independência, ao lado de autoridades em Brasília e em diversos estados.
Para o senador, a maçonaria se adapta aos novos tempos, interagindo cada vez mais com a sociedade, "e continua sendo um exemplo para os brasileiros pelo trabalho sério e honesto que desenvolve, contribuindo para que o país seja, realmente, democrático, fraterno e igualitário".
Apoiaram o requerimento de Mozarildo Cavalcanti para realizar a homenagem no plenário os senadores Valdir Raupp (PMDB-RO), Alvaro Dias (PSDB-PR), Gim Argelo (PTB-DF), Augusto Botelho (PT-RR), Mão Santa (PSC-PI), Romeu Tuma (PTB-SP), João Tenório (PSDB-AL), Adelmir Santana (DEM-DF), José Agripino (DEM-RN), Osmar Dias (PDT-PR), Cícero Lucena (PSDB-PB), João Vicente Claudino (PTB-PI) e Sérgio Zambiasi (PTB-RS).
Helena Daltro Pontual/Agência Senado

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