Secretaria estadual terá 30 dias para capacitar profissionais no combate a Dengue

O novo secretário de Estado da Saúde do Paraná, Michele Caputo Neto, tomou posse ontem pela manhã, em Curitiba. O secretário falou sobre suas expectativas, mas considerou o combate à dengue uma das ações emergenciais da pasta.


“No ano passado tivemos números recordes da doença, e neste ano a quantidade de casos e óbitos pode ser ainda maior. Então temos ações para 30, 60 e 90 dias”, afirmou Caputo Neto.
Em 30 dias o secretário promete capacitar os profissionais que atendem nas unidades básicas de saúde, que dão a retaguarda hospitalar. “Falamos muito em atendimento hospitalar, mas se tivermos uma boa atenção básica evitaremos muitos problemas nos hospitais”, observa o secretário.
Outras ações referentes à dengue serão a compra de 400 equipamentos que combaterão os criadouros, além de ações educativas para informar a população e uma resolução estadual que obrigará os estabelecimentos comerciais a desenvolverem técnicas de prevenção. “E vamos cobrar dos municípios planos de contingência. Só 30% deles têm hoje”, disse.

Sobre os hospitais, Caputo Neto afirmou que muitos foram inaugurados no governo anterior, porém, nem todos funcionam adequadamente. “Eles estão longe de funcionar como deveriam. Têm problemas de pessoal e equipamentos. Um exemplo é o Hospital da Associação Paranaense de Reabilitação, onde nenhum leito funciona e a enfermaria será fechada. Hospitais foram construídos mas não se pensou no gerenciamento deles”, reclamou.
Ele disse, ainda, que os hospitais universitários também terão prioridade em sua administração. “Muitos deles tiveram os recursos fragmentados em programas ou estruturas pouco impactantes”, afirmou.

Caputo Neto lembrou também que a atenção aos usuários de drogas, aos idosos e às mães será garantida. Ele comentou que hoje não há leitos suficientes para o tratamento de usuários de drogas, principalmente de crack.
“Vamos verificar a estrutura de alguns hospitais, como do Adauto Botelho, do São Roque, e ver o que podemos fazer. Nossa ideia é que todas as cidades possam tratar seus pacientes, e que as pessoas não se desloquem por longas distâncias para fazer isso”, disse.
Em relação aos recursos, Caputo admitiu que eles são escassos, mas afirmou que há solução. “A situação financeira é grave, mas há recursos federais que não foram utilizados na administração anterior”, comentou.

Michele Caputo Neto é farmacêutico e atua com saúde pública desde 1985. Já foi secretário de Saúde de Curitiba, diretor do Centro de Medicamentos da Secretaria Estadual de Saúde, já integrou a Vigilância Sanitária do Estado e trabalhou na Fundação Nacional de Saúde (Funasa).

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